O SIMBOLO DA ROSA-CRUZ - Biblioteca

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O Símbolo da Rosa-Cruz – por Israel Rojas R+

 
Frequentemente ouvimos críticas de curiosos em relação ao título de nossa Ordem, os quais julgam que melhor seria chamá-la de “Escola de Santidade”, “Associação Fraternal”, “Filosofia Espiritualista”, “Metafísica Sociológica” etc. Os que assim pensam desconhecem completamente por que os verdadeiros sábios deram o Filosófico e Científico título de Ciência Rosicruciana à genuína Ciência da Vida.

Procuraremos demonstrar os sólidos fundamentos em que se apoia esse nome, muitas vezes milenares. Tudo que vem do indiferenciado ao diferenciado, da energia à substância, e desta à forma, procede, sem exceção, da convergência ou cruzamento de duas forças, as quais dão lugar a um terceiro estado ou condição. É, pois, a cruz a razão de ser de toda coisa, sem que nesta regra exista exceção; é a razão fundamental pela qual a Cruz é para os Rosa-Cruzes a vida manifestada nas formas. Tudo vem à existência pelo poder da Cruz; a água é um composto de Hidrogênio e Oxigênio que ao se cruzar se transformam naquele composto, base e fundamento de todo organismo.

Um ser qualquer vem à existência pelo cruzamento eu combinação do princípio masculino, esperma, com o elemento feminino ou óvulo; assim, a Cruz das células masculinas e femininas é absolutamente indispensável para a criação de novos seres, quer sejam vegetais, animais ou homens.

Os astros em seus Sistemas são sustentados pelo cruzamento das forças elétricas e magnéticas, as quais, até agora, se hão vindo catalogando como força centrífuga e centrípeta; estamos vendo, pois, concretamente, que a harmonia dos mundos se sustenta graças ao poder da Cruz, ou cruzamento harmônico da energia centrífuga com a centrípeta, ou melhor, da eletricidade com o magnetismo, sempre o poder da Cruz.

A luz da lâmpada elétrica se produz graças à cruz ou cruzamento de uma corrente elétrica positiva e outra negativa.
O fenômeno é sempre provocado por força e resistência nesse cruzamento há razão de produzir-se o calor, a luz etc., e o grau diferem em qualidade pela maior ou menor força e a mais ou menos resistência.

Quando um ente humano vai em marcha, um pó se firma dando estabilidade, enquanto o outro se move, assegurando o processo da marcha; há uma cruz formal no processo da marcha entre o ponto de estabilidade e o impulso de movimento.
A manifestação de simpatia de dois seres humanos que se encontram consiste em cruzar olhares simpáticos, e cruzar, igualmente, um aperto de mãos, outra cruz de natureza real.

Falando do problema mais profundo da vida, o que mais preocupa ao ente humano, a felicidade, podemos dizer que somente se lhe obtém pela harmonia que haja entre o PENSAR e o SENTIR; o cruzamento do intelecto e do sentimento em proporções justas nos causa a bela sensação de plenitude que é a única real felicidade.

Não é este um dogma, porém uma realidade absoluta que podemos constatar e comprovar, em todo fenômeno, sem exceção, isto é, nada vem à existência, nem pode ter estabilidade se não é pelo poder da cruz; razão esta pelas quais as duas palavras cruz e rosa, rosa e cruz têm urna razão científica, um fundamento filosófico e um valor em si mesmo que não é possível trocar, a não ser que por néscia vaidade pretendamos trocar algo no qual se apoia a verdadeira sabedoria das idades, o a obra palpitante da Natureza.

Naturalmente, a afirmação anterior não teria verdadeira solidez, se não pudéssemos dar explicação do porquê da Rosa, pois o da Cruz já está bem demonstrado. A rosa em seu estado natural, sem especial cultura, é uma florzinha sem importância, sem maior beleza e, sobretudo, sem AROMA; a Rosa bela, de pétalas delicadas, de cores suaves, de conjunto aromático e aroma sutil, tem sido o fruto da atenção que o jardineiro deu à sua cultura, a dedicação do homem para levá-la a tal plenitude, graças à esmerada concentração e grande devoção pela estética beleza da mais saliente, dá mais perfeita de todas as flores, a Rosa; o próprio Jesus a usou como símbolo da pureza e da beleza espiritual, ao dizer: “EU SOU a Rosa de Sharon”, referindo-se, não à sua pessoa física, mas, a seu EGO divinizado e sublimado num profundo esforço de superação verificado através das idades em diferentes vidas humanas.

Os Rosa-Cruzes encontraram na Rosa o perfeito símbolo da alma, já que está também requer cuidado o esforço para lograr seu desenvolvimento; assim, como a rosa cresce na terra, a alma do homem vive em seu cárcere de barro, sem beleza, sem aromas, sem tônica própria, sem bondade, e somente começa a crescer, a expandir-se e a manifestar-se em beleza ideal, era harmonia espiritual, quando o homem, jardineiro de sua própria alma, lhe proporciona os elementos adequados para seu desenvolvimento, tais como os nobres sentimentos, os atos de altruísmo, a bondade e o culto rendido ao belo, qualidades que vão despertando de sua crisálida de barro a delicada mariposa, alma que nela dorme, até que, finalmente, por essa cuidadosa atenção, desprega suas asas multicores e as estende, e, por estética devoção, vai comungando com o Infinito... Esta alma, qual Rosa de Sharon, está cheia de beleza e irradia os aromas que sutil mente chegam aos que sabem senti-los.
Sendo a Rosa atual dos jardins fruto do trabalho do homem, e não produto imediato da natureza acharam os Rosa-Cruzes nela o verdadeiro símbolo ideal da alma; cabalisticamente também esta palavra não encontra outra de forma mais adequada, porque nenhuma outra há que corresponda em sentido e beleza à que serve para demonstrar que um dos principais fins da Escola Rosa-Cruz é o de aumentar a força da alma, para que ela se expresse no ser humano, cada dia mais pura, cada dia mais bela, e cada vez em mais delicados, como sutis aromas de amor.

Eis aí explicado, em breves linhas, o termo com que têm sido conhecidos os mais elevados sábios de todas as idades.

(Tradução do Mestre Coaracyporã R+)
Fraternitas Rosicruciana Antiqua
Aula Lucis Central - RJ
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