CREDO ROSACRUZ - Biblioteca

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CREDO ROSA-CRUZ

 

Credo é um conjunto de  palavras  por meio das quais uma pessoa  expressa a sua crença em  determinada  coisa.  Crer  é ter  fé  em  uma  coisa e a fé é  uma   virtude  que  nos  permite  acreditar nas  virtudes  de  uma coisa  ou  de um  assunto. O credo  é  a  expressão  do  EGO  por  meio  de  palavras,  as  palavras são  o  revestimento  que  o  Eu  dá  às suas  ideias a fim  de  expressá-las  no  mundo  físico.  A  fé    tem  por  base  a  percepção  íntima  da  verdade.
 
   Todas  as  religiões  têm  o  seu   credo. A  religião  judaica,  baseada  na bíblia, crê  em  um  Deus  invisível,  Todo Poderoso,  etc. A Igreja  católica  tem  o seu  credo  que  diz:  Creio em  Deus  padre  todo  poderoso,  criador  do  céu e da terra, etc. Os  maometanos  também  têm  a sua  crença  especial:  “Só   há um  Deus,  Maomé  é  seu  profeta”. O  budismo  crê  na felicidade inefável  do  Nirvana  e  nas  quatro  verdades  excelentes  que são a dor, a produção, a  cessação  e o  caminho.  Enfim  todas  as religiões têm a sua crença  fundamental, ou  seja , o  que  constitui  o  seu  credo.
 
  O  nosso  credo  tem  em  cada  frase  um  significado   oculto,  cada  palavra  simboliza  uma  verdade  que  à primeira  vista  está  oculta. Agora  analisemos  o  Eu  imortal  e  o  seu  credo. O  Eu  é a  essência  de tudo que pode  existir  no  Homem.  O Eu não  se confunde  com  o  físico,  o  astral  ou  o  mental,  é  o  homem  espiritual, é o  espírito  puro  que, depois de passar pelos diversos planos superiores  à  nossa  volta tomar  outro corpo, quer dizer, à  reencarnação, e a seguir o seu  curso  de  mortes e  renascimentos,  através  da grande cadeia de vidas  sucessivas , até  cumprir  o  plano  de  Deus e  chegar a reunir-se ao  Grande  Todo.  É,  pois,  a  crença  deste  Eu  o   que  expressamos  em  nosso  credo.
 
 Todos  somos  filhos  da  Natureza,  a escola  onde  aprendemos  os  mais  valiosos  ensinamentos,  é  ela  que  nos  empresta  todo  o  material  para  as nossas experiências e,  finalmente,  nos dá o  corpo,  um  veículo  perfeito  de  que  nos  utilizamos  neste  ciclo  de evolução. Em continuação  estudaremos, parte por parte, ou  melhor,  em  sete  partes  ou  sejam,  os  sete  parágrafos  de  que  se  compõe  o  credo.
 
A  primeira  parte  do  credo  diz:  “Eu  creio na  unidade  de Deus,  no  pai como entidade  impessoal,  inefável e não revelada, que  ninguém  viu,  porém, cuja  força  ou  potência criadora foi  plasmada  no  ritmo perene  da Criação”  
 
  Deus é o princípio  absoluto  de tudo que existe, não  tem pessoa  determinada, sua formação não se  pode explicar com palavras. Os  seguintes pensamentos podem ajudar-nos a formarmos  um  conceito  mais  ou  menos  exato:   Deus  É.  Deus é espírito. Deus  é  eternamente  Deus.  Deus  é  Luz  espiritual.
 
 Tudo  que  vemos  e  tudo que  nos rodeia na  natureza  é  a  cristalização  do pensamento divino, chama-se  Deus.  Natureza  ou  Força. Tudo,  que  se move  e  existe  na  Natureza,  é animado pela força divina,  emanada do  Deus  único, que é  a força inteligente, universal e  invisível.
 
  O Deus em que os Gnósticos   acreditam não é o Jeová dos  hebreus,  o  Brahma  dos  hindus,  o  Deus dos católicos,  sob  a  forma  que  cada  uma  dessas  religiões  o  apresenta. O nosso Deus é  desconhecido,  como  o  é  para  os Vedas e como o  era  para  os  sábios  de  Atenas. Podemos  afirmar  que  os incas tinham uma  concepção mais  clara de Deus, assemelhando-se,  deste modo, a sabedoria  incaica  dos  ensinamentos  da Fraternidade R+C   que efetivamente têm a mesma  origem. Eles, refiro-me  aos  incas,  adoravam INTI,  mas  é  preciso  não  confundir  o  símbolo  com  a  coisa  simbolizada. O  Sol  era  o  símbolo,  porém  a  ideia  que tinham  de  Deus  era muito diferente, pois, não  podiam  explicá-la,  em  sua  linguagem,  nem  conceber, em sua mente a  verdadeira  natureza  de  Deus,  do  mesmo modo que os R+C  não  podem definir,  nem  conceber  o  que  é,  realmente  Deus.
 
A força ou  potência criadora  desse  Deus manifesta-se, visível ou  invisivelmente em toda a Criação.    Essa  força se manifesta nos  milhões  de  sistemas  celestes  que  povoam  o espaço; manifesta-se no Sol,  centro do  nosso  sistema  planetário; na  terra,  nos  seres  vivos,  enfim,  em  tudo  que existe. Essa força  manifesta-se nos minerais, nos  vegetais, dando vida às plantas, desde o imenso pinheiro dos  campos aos minúsculos  cogumelos; nos  animais,  dando-lhes  movimentos  e  existência  própria;  manifesta-se  no  que poderíamos chamar o reino  humano, dotando  o  homem  de  vida  e  existência   individual.   Essa  força  ou  potência criadora  manifesta-se  na  Terra,  fazendo-a  girar  em  torno  do  Sol  e  sobre  si  mesma; na  Lua  e  nos  demais  planetas  do  sistema  solar,  emprestando-lhes  movimento,   ritmo e,  por último,  manifesta-se  nos  milhares  e  milhões  de  estrelas  que  enchem o  infinito.
 
 Estudando  o  Cosmos,  à  luz  do   ocultismo,  vemos  que  essa  mesma  força, também manifestada nos  éteres ou tatwas; é a  Luz interna  que  nos  anima. Não  é necessário que  eu diga   mais   detalhes  e  explicações  para comprovar  a  manifestação  dessa  força,  porque,  seria  muito  extensa;  basta-nos  a  afirmação  de  que  essa  força criadora se manifesta  em  Tudo,  e  esta  ideia  de  TUDO  nos  fará  compreender  a  primeira  parte  do  Credo.
 
      Essa  Força  é  a  que  mantém  a  forma  dos  minerais  e de  todos  os  corpos  sólidos, mantém  a  água,  o  ar  e  os  outros  elementos, em seus  respectivos  estados,  faz  circular  o  ar  na  atmosfera  e  produz  calor. A física  nos ensina  que  todo  movimento é produzido  pela   energia,  mas  o  que  é   que  age  por  trás  dessa energia? Indubitavelmente   esta pergunta levar-nos-ia  ao   terreno  das  novas  teorias  sobre  a  constituição dos átomos e, no  entanto,  para  respondê-la  basta  voltar  a considerar  a  ideia  do  que  é  TUDO.  
 
    O  credo  diz:  “no  ritmo  perene  da  Criação”.  O  ritmo é  harmonia;  a  força  divina  foi  plasmada  na  harmonia  incessante do  Cosmos.   Essa  harmonia  existe  em toda  a  Criação: no espaço, onde a  infinidade  dos  mundos  e  dos  sistemas  de  estrelas  está  submetida  a  uma   lei;  em nosso sistema solar, onde  também  existe  a  inevitável  lei  de harmonia, e  a  prova  disto  é  que  um  planeta  não  se  choca  com  outro,  nem  Júpiter  é  atraído  pelo  sol.   Existe  uma  harmonia  e  ritmo  em tudo  que  existe,  desde  o  átomo, que  é  de  um  movimento  perene e harmonioso, incessante  e  rítmico;  no  átomo  os  elétrons giram  em  torno  de um  núcleo e no sistema  planetário  giram os  astros  obedientes  a  essa  harmonia,  em  torno  do  sol.  Há  uma  lei  que  rege  TUDO
 
 Passando  a  segunda  parte  do  credo: - “Eu  creio  em  Maria,  Maya, Isis ou força física simbolizando a Natureza cuja concepção  e iluminação  revelam  a manifestação do eterno”.   Poucas  palavras diremos a este  respeito.  Maria,  no  Ocidente,  Maya,  no  Oriente, Isis, no Egito são  símbolos que  significam a mesma   ideia,  isto, é  a  MADRE  NATURA.
 
 A  terceira  parte do credo  diz: “Eu creio no mistério do  Bafômet”  -  Mistério  é  arcano  ou  segredo  do bode  do  Sabatt;  estes  veem  um simbolismo, onde os profanos enxergam uma figura nefasta. Quintino  Lopes  Gomes,  em  seu  livro  MAGIA THEURGICA, diz o  seguinte:  “Ö  bode do  Sabatt  é  uma  figura  capaz  de  meter  medo  aos  de  menos  fibra.  O  Diabo  está  de  corpo  presente; os signos  que  traça com as mãos  parecem  ameaças  sinistras;  sua  cabeça,  seus  peitos,  seu  ventre,  tudo nele pressagia  não  se sabe o que, mas  indubitavelmente  fatídico; causa  horror;  com  isto  se  diz  tudo.  E  contudo,  quão  diferente  é a expressão esotérica  deste  símbolo.  Representa a  Magia,  a  Sabedoria  do  Absoluto. A chama  colocada  entre  seus  cornos  é o  reflexo  da  inteligência  equilibrante  do  ternário;  sua  cabeça sintética,  misto  de  cão,  de  touro  e  de asno,  representa a responsabilidade  da  matéria  e a expiação das faltas  corporais; suas mãos humanas  recordam   a  santidade  do  trabalho,  e  fazendo  o signo  do esoterismo,  no  alto  e  em baixo,  recomendam  o  mistério aos iniciados e os  assinalam  dois  quartos  lunares  um  branco  e  um  negro,  para  indicar-lhes  as  relações  do  bem  o  do  mal,  da  misericórdia  e  da  justiça;  tem  o  baixo  ventre  coberto,  imagem  dos  mistérios da geração universal,  expressa  somente  pelo  símbolo  do  caduceu;  seu  ventre  escamoso  reflete os  apetites  desordenados  da carne;  o  semi-círculo,  que  separa  do peito,  é o emblema de  diferenciação  entre  o  mundo  físico,   o  moral  e  o  intelectual,  entre  o  mundo  dos  fatos,  o  das leis  e  os  princípios;  as  plumas  que  o  cobrem,  dos  peitos  à  região  umbilical, de diversas cores,  traduzem,  misticamente,   os   vários  sentimentos;  os  peitos  de  mulher,  que exibe, são sinais da maternidade;  e  estes  com  os  do  trabalho,  são  a  única redenção possível; e, finalmente,  o  pentáculo,  que  tem na  frente, emblema da vontade  consciente, dirigindo as quatro  forças elementares, revela, igualmente, a inteligência  humana,  pela ponta  que  tem voltada para o alto, e a   inspiração divina, por estar  perpendicularmente,  por  baixo  da  chama,  que  lhe  serve de  coroa.”
 
    O quarto  parágrafo  do  credo  diz: “Eu creio em uma igreja transcendente,  superior  mantida nas  almas  puras,  nas  Lojas  Brancas  e  aqui representada  pela  Fraternidade  Rosa-cruz,  cuja  lei  é    LUZ,  AMOR,  VIDA,  LIBERDADE E  TRIUNFO.“
 
      Sabemos que os Rosa-cruz  formam  dois  círculos; um  interno  e  o outro externo. No credo  revelamos  a  existência  de  uma  igreja  nas  Lojas Brancas, na  qual  só  podemos ingressar  em  corpo  astral  e  pertence   ao  círculo  interno.  Essa igreja transcende de épocas  remotíssimas.
 
       É  superior  porque  nela  vivem  os verdadeiros adeptos R.C.  completamente separados do  mundo   e  só  quando  é  necessário  entram  em  relação  com  os  homens  no  propósito de protegerem  a   evolução  ou  ajudar  de  maneira  benéfica  a  humanidade.
 
     “Há mestres  que  se materializam  e  andam  pelas  ruas  das  cidades  como qualquer pessoa e os transeuntes nem sequer o  suspeitam.”  
        Ali  moram  as almas  puras  que lograram  penetrar  no  santuário das  Lojas  Brancas.
       A Fraternidade Branca é  representada no  mundo  físico pela  Fraternidade Rosa-Cruz  e  sabemos,  de  conformidade com  as  revistas  e  os  livros  do  Mestre,  que  existem  esses  templos  em  diferentes  partes  do  mundo,  assim  existe  no  Egito,  na România, na Transilvânia, na Suíça,  etc. enfim,  diremos  que existem templos  R+C onde  existem  homens,  sem  esquecer  que  essa  localização  não é arbitrária.
 
As  leis  da  Fraternidade  são:  LUZ,  AMOR, VIDA, LIBERDADE E  TRIUNFO.  Nós procuramos  a Luz em  seu sentido esotérico  e  místico.  O Mestre, na sua  obra “Biorritmo”,   referindo-se  ao Amor, disse: “Amai-vos  uns aos outros;  essa  é  a lei  suprema. A Lei  que rege  tudo. A  Lei   que  tudo  harmoniza.  O  ritmo  é  o amor,  e,  se sabemos  cumprir essa  lei,  tudo o  mais conseguiremos  com  facilidade...”
   
  Passando  ao  quinto  parágrafo do credo: “Eu  creio  na  comunhão  das  almas purificadas;  assim   como  o  pão material  se  transforma  em  substância, creio no batismo da  Sabedoria,  o  qual  realiza  o  milagre  de  fazer-nos  humanos.”
     Dizemos comunhão das almas purificadas, porque, somente  nas  Lojas   Brancas  podem  existir almas  puras, em seu  sentido  integral.   Franz  Hartmann, em  sua  novela, descreve de forma  pitoresca  a vida  dos  adeptos  R.C.,  nas  Lojas da quarta  dimensão. O  pão material  transforma-se em substância  espiritual,  o corpo  físico  ou  a  matéria  sublima-se recebendo  a  luz espiritual. A ceia simboliza o sacrifício do  Cristo  pela  humanidade, ou  seja , a  morte  do  homem  para  libertar  o  espírito, em que podemos lobrigar outro  simbolismo:  o  sacrifício  das  substâncias  sexuais no altar  da Natureza para conseguir a verdadeira  Redenção.  Cremos  no  batismo  da  Sabedoria  que  realiza  o  milagre  de    fazer-nos humano. O batismo  significa imersão, banho, mergulho. Simbolicamente,  purifica  a  alma  de  todo o pecado ou mácula, e a  religião cristã  afirma  que  o   batismo purifica  do pecado original. Em outra acepção uma regeneração.  “Batismo,  definem os  cristãos,  é  o primeiro  dos  sete  sacramentos, considerando como  porta  da  vida  espiritual  do  cristão,  instituído por Cristo para  elevar a  quem o  recebe na  condição  de  filho  de  Deus,  por  graça  santificante.” E acrescentaram: “A  recepção do   batismo   é  de  absoluta  necessidade para  a  salvação.”  
     A  maçonaria  e  todas  as  Fraternidades  Ocultas celebraram  a  cerimônia  do  batismo  em suas  duas  formas, ou seja, exotérica   e  esotérica.
     Estudando  o Evangelho  de S.  Mateus,  vemos  que  Jesus, depois  de  ser  batizado,  subiu  da  água.   Simbolicamente,  podemos  interpretar  esta ação  de subir da  água, como  a ascensão  de  Cristo,  que  simboliza  a  matéria.   De  modo  que  Cristo,  o  ungido,  depois do  batizado, elevou-se espiritualmente  e nesta sua elevação  interior  teve consciência da sua  divindade  e viu imediatamente  que o  ESPÍRITO  DE DEUS  descia sobre  ELE. É  de supor  que este  ato  seja a INICIAÇÃO e este ponto  merece  toda a  nossa  atenção:  conseguir  consciência  de Deus  em  nós  ou  seja  a Sabedoria  e  a  realização do  EGO  ou  seja ainda,  a Unidade com o  Grande  Todo, em seu  sentido  místico  e  oculto.           
 
     O  sexto  parágrafo  diz: “Eu  creio,  isto  é,  conheço  e  reconheço,  a  essencialidade da    vida  concebida como  um  todo,  sem  fim  cronológico que abrange  uma  órbita  fora  do  tempo  e  do  espaço.”            
 
      “Nas  regiões  invisíveis, na  região  da  realidade, no  Além,  que  está  fora  dos  domínios de  Maya,  o tempo  e  o  espaço anulam-se.”
         Abrindo  um parêntesis,  nesta  parte, diremos  alguma coisa  a  propósito  de  Maya  ou  ilusão.   O  Mestre,  em  sua  revista,  disse que  Maya  ou ilusão  não  existe,  posto que o Cosmos  é tão  real  e  positivo,  que   os  orientais,  especialmente  os  hindus, aludindo  a  Maya,  sustentam  um  grande  absurdo.
 
      A  matéria  existe  e  tem  vários  estados  mais  elevados  de vibração,  de  modo  que “nada pode  existir,  nem mesmo  Deus,  sem  o  auxílio  da  matéria”.   O  Mestre, num  artigo  intitulado “O CHRESTUS  CÓSMICO,” entre outros dados  relativos   a  este  estudo,  escreveu: “Os  Gnósticos  e  os  Rosa-Cruz,  por  mais  espiritualistas,  podem  chamar-se materialistas  se  atentarem na  própria  concepção  de  que  nada  pode  existir,  nem  mesmo  Deus,  sem o  auxílio da  matéria.   O  que  fazemos é  estudá-la minuciosamente no  seu  estado  mais  físico,  reconhecendo  que  nada  espiritual   tem   concreção  por  ser  um  fio  prolongado  da  Matéria  e  nada  material  pode  ter  realidade  por  ser  uma   extensão  do  Espírito.   Existe,  pois,  um  ponto  médio,  em  que  a  Matéria   e  o  Espírito   intercedem   e   formam   a   Cruz...”
 
   A  sétima e última  parte  do credo  diz: “Eu  creio  no filho,  Chrestus  Cósmico, a poderosa  mediação  astral que enlaça  nossa  personalidade física  com  a  imanência suprema  do  Pai  Solar.”
 
      Este ponto  relaciona-se com  a  Igreja Gnóstica,  pois,  ela nos  ensina  a  manejar o  medidor,  ou seja,  o  astral,  por  meio  do qual  se chega  a  Deus,  conscientemente.   O sexo representa  um  papel  importante,  é  o  centro  ao  redor  do qual  se forma  toda uma  religião.   Demais,  como já  dissemos,  na  transmutação das  substâncias sexuais reside à   verdadeira redenção do  ser  humano.
 
     Referindo-se  ao  Chrestus  Cósmico,  o  Mestre  disse:  “O  homem  precisa  de  um  influxo,  de  uma comoção atuante  que o  conduza, e esta existe nos  Mantras  Sagrados  que põem  em  ação as Forças  Solares, as  Energias  Cósmicas  e  fazem  agir  em  nós  o  Chrestus.”  Em  seguida  afirma :  “Este Chrestus  não é  Maya,  é  uma  ilusão, nem  sequer   um  simbolismo.     É  alguma  coisa  de  prático,  real  e  evidente,  é  o  Logos  e,  como   tal,  tem  a  sua   ressonância,  a  sua  tonalidade. Os Gnósticos  aprenderam a manejar  esse Chrestus,  essa  FORÇA LUZ ,  esse  mediador e redentor  e  nele  realizam  os  atos  de MAGIA  BRANCA ,  como sucede  na  União  Eucarística.”  
 
  “Para  esclarecer  este  ponto, ainda  mais,  seria  necessário  um  trabalho  á parte. Aqui termina  a  interpretação  das  diferentes  partes  do  credo.“   
 Analisando em conjunto,  as  partes principais  do credo  podem  ser   quatro: “a crença  na Unidade  de Deus,  na  Natureza,  na  Magia  e  na  Igreja  Gnóstica.”  
 
   Observando  sob  este  ponto  de  vista científico, comprovamos a  evidência destas  ideias.  A  Ciência  admite a existência de qualquer  coisa  que  se encontra  em tudo  em  toda  parte, como uma  força  viva,  pessoal, como ensina  Flamarion  em  uma das suas obras, o qual,  referindo-se  ao Deus  da Natureza  ou  da  Ciência,  disse: “Nosso  Deus  da   Natureza   permanece  inatacável    no  seio  da  própria  Natureza, força  íntima  e  universal  que  governa  cada  átomo  de   matéria,  forma  os  organismos  e  os  mundos,  principio  e  fim das  criações  que  passam,  luz    não  criada,  que brilha  no  mundo  invisível  e  para  o  qual  se  dirigem  as almas,  oscilando  como agulha  imantada    que  só  fica  em  repouso quando  se identifica  com  o  grau  do  polo  magnético.”
 
   Quanto à  Magia  diremos  que  a  Ciência, no seu progresso, vai assimilando,  cada  vez  mais,  as supremas  verdades  ensinadas  aos  Iniciados, desde  as  idades  mais  remotas.  E  nós  sabemos  que  a  Magia  é  a  Suprema  Sabedoria  dentro  de  tudo  que  o  homem pode  saber,  constituindo,  além  disto,  a  parte  essencial de todos  os  conhecimentos  humanos.
 
   Antes de  terminar,  quero  resumir  todos  os  pontos  a  que  me  referi,  a fim  de  que as  verdades  expostas  sejam  perfeitamente compreendidas.
 
   O  credo  desprende-se  do   ritual  R.C.,  que  não  é  outra  coisa  senão  um  hino  à  Natureza.  Este   sublime  canto, síntese  dos mistérios do  Cosmos, mostra-nos  um  caminho,  uma  disciplina,  uma  vida  que  deve  ser  realizada  por  todos nós.
 
  A interpretação do credo é  absolutamente  pessoal.  Cada  Ego,  que é livre  dentro da divina  harmonia  do Cosmos,  há  de ver  com  os  olhos  do   seu  espírito as  verdades  que encerra  este  credo.  Há  de  ter  uma  visão  clara  da  verdade  em si  mesma e tal como  é,  sem  complicar  as  suas  próprias  convicções  e crenças. Vimos  que  o  credo é  a  expressão  pura  do Ego  e  que  assim  como  todas  as  religiões  têm seu  credo  fundamental, também  os  R+C  apoiam a  ciência  universal  sobre  uma  base  firme. Analisamos  o  Eu  imortal  até   convencer-nos  de que  não  chega  a  misturar-se com  os corpos  que   possuímos, mantendo  a  sua  absoluta  liberdade.
 
   Estudamos, como assunto  principal,  as sete  partes  de  que  se  compõe  o credo.  Na primeira  parte  vimos como  a Unidade  de  Deus  se  manifesta em tudo e é o  sustentáculo  e  o  apoio da  criação,  e  assim  comprovamos  que  essa força  divina  se  define  tanto  no  Macrocosmo  como no  Microcosmo. Na  incessante  e  eterna  harmonia  do  Cosmos,  Deus,  a  Força, a Natureza,  Jeová,  Brahma, chame-se  de  qualquer  maneira,   é  o  ESSENCIAL.
 
  O  Deus  da  nossa  crença  R+C   é  desconhecido  e indefinido. No  ritmo incessante  do  Cosmos  a  força  divina  foi  plasmada  e  a  lei  que  rege  o  Universo  é  a  Harmonia.     Na  segunda  parte  vimos  que  Maria,  Maya  e  Isis  são  três  símbolos  diferentes  de uma  mesma  ideia,  a  Natureza;  e  a   Natureza  envolta  pelo  rito  Supremo manifesta-se  em  formas  inumeráveis  e  infinitas.
 
    No terceiro parágrafo  desvendamos o mistério do  Bafômet. O  bode do  Sabbat,   figura nefasta e terrifica que representa um simbolismo da Sabedoria,  no  absoluto.  
 
    Na  quarta  parte  vimos que  os  R+ C formam  dois  círculos,  um  interno  e  o  outro  externo no  mundo físico.  A  Igreja  santa  que  remonta  as épocas  distantes   e  sem  gênese,  serve de  morada  aos  verdadeiros  adeptos  R+C  que  vivem   em  estados  de  pureza  sublime.
    Na  quinta parte  falamos  depois  do simbolismo  oculto  da  ceia larga  e  do batismo.  As  substâncias  sexuais devem ser  sacrificadas  a  uma  nobre aspiração, que é a verdadeira  Redenção  do  Homem.
    Na  sexta  parte  vimos  que  a  vida  do Ego  é  infinita  e  eterna,  evitando  que  a  sua  existência  seja  atingida  pela  ação  do  tempo  e  do  espaço.
    Abrindo um  parêntesis,  dissemos  que sustentar  que tudo  que  existe  no  mundo é  Maya,  seria  o  maior  dos  absurdos. Sem o  auxílio  da  matéria nem o  próprio  Deus  existiria,  porque, o espírito e a matéria  intercedem, formando   a   CRUZ.
 
    Na  última  parte  do  credo  afirmamos  que  a  Igreja  Gnóstica ensina  o  manejo  do  mediador,  do  Chrestus  Cósmico   para  chegar  a Deus conscientemente. O sexo representa  um   papel   importante  na  vida, e ao redor deste magno  mistério  desenrola-se  uma  Santa  Religião;  direi uma vez mais; esperamos  unicamente  nossa  real  e  verdadeira  redenção  na  transmutação  sexual.    Os  Mantrans  Sagrados  põem  em  ação   o   Chrestus  que vive  em  nós  e  que  tem  a  sua  tonalidade  especial,  o Logos,  a  Força Luz de  que  os  Gnósticos  se  utilizam.
    No  fim  analisamos  o  credo  em conjunto  e  verificamos  que  se  divide  em  quatro  partes  capitais;  a crença   na  Unidade  de  Deus,  na  Natureza, nos  mistérios  da Magia  e  nas  verdades  pregadas  pela  Igreja Gnóstica.
       Comprovamos,  sob o  ponto  de vista  científico,  a  evidência  dessas  ideias.
       A   Ciência   admite  a  realidade  de Deus  como  causa da  vida  e  existência  do  Cosmos.   Finalmente,  asseveramos  que  a  Magia  é  a  essência  da Sabedoria Humana.
 
 A  J.  Trewhella R+      
Fraternitas Rosicruciana Antiqua
Aula Lucis Central - RJ
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